sexta-feira, 22 de outubro de 2010


Há alguns anos atrás, eu era uma jovem tímida e me refugiava na internet  para sobreviver do meu dia-a-dia monótono. Foi clicando em um link errado que eu entrei no orkut de um dos caras mais bonitos da minha cidade – Sinto vergonha de dizer, mas ainda tenho a foto que estava no perfil dele naquele dia salva em alguma pasta oculta no meu computador.  Virtualmente, eu não tinha medo, então arrisquei e o adicionei. Eu provavelmente esqueceria daquela minha aventura dias depois, então se ele não me aceitasse eu nem me lembraria daquele “fora” virtual. Mas ele não fez. Ele aceitou, e começamos a conversar. Foram horas, dias, semanas de papo no msn! Eu não via o tempo passar quando conversávamos, em menos de um mês, ele já era uma das pessoas mais importantes da minha vida. Exagero? NÃO. Nunca ninguém tão bonito e legal tinha conversado comigo tanto tempo!
Ele queria marcar um encontro, mas eu tinha medo. E se pessoalmente ele me achasse um saco?
Nos encontramos em uma esquina numa praça movimentada – se quer saber, até hoje sinto um aperto no peito quando passo por lá. Conversamos, sorrimos e nos abraçamos. Sim. Só isso. Eu era muito inexperiente, os outros dois caras que eu tinha beijado não passaram de selinhos molhados. Não o beijei na primeira vez.
Eu realmente estava amando, eu podia sentir borboletas em todas as partes do meu corpo. Depois de mais algumas semanas de muita conversa, meu aniversário se aproximou.
Um encontro na sorveteria da cidade? Eba!
Teria sido lindo e inesquecível encontrar com ele naquele lugar na frente de todos os meus amigos, mas, foi só inesquecível. Ele levou uma garota e sequer olhou na minha cara durante toda noite. Engoli meu choro e fingi na frente de todos que não ligava. Foi realmente difícil não chorar naquele dia.
Meus quatorze anos começaram bem, não acha?
Depois de apagar muito depoimentos e escrever muitos: Você é um idiota, eu comecei a esquecer do quando ele havia me machucado. Eu o perdoei. Eu tinha motivos… Ninguém tão lindo havia gritado tão alto “GATINHA” (ele me chamava assim!) na janela do cursinho antes. Foi a primeira “declaração de amor” que recebi na minha vida.
Eu já estava praticamente recuperada, quando uma colega de classe disse a seguinte frase: ” DESENCANTA BRUNA, ELE É O CARA MAIS GALINHA QUE EU CONHEÇO. ELE VAI TE ILUDIR, E TE ENGANAR… PRA SEMPRE! Ah, e ele tem uma filha”.
Tudo que ela disse era verdade, mas o amor não me deixou acreditar em nada. Ele era bem mais velho que eu, tipo uns oito anos. Mas eu sempre gostei dos caras mais maduros. Uma filha? Homens erram, ele poderia ter mudado. Bom, minha mãe quando descobriu isso, não concordou com nada. Eu estava proibida de encontrá-lo.
Dizem por aí que o que é proibido é mais gostoso, certo?  Foi numa outra esquina (bem perto da primeira) que demos nosso primeiro beijo. Adivinha quem passou na hora? Meu irmão.
Avisos. Broncas. Encontros secretos. Foi assim até ele aprontar de novo – e com a mesma menina!
Eu precisei de mais ou menos um ano pra entender o que caras como aquele NUNCA mudam. Apesar de tudo, não me arrependo de nada do que fiz. Todas as minhas atitudes – sempre impensadas - foram feitas de coração, e eu realmente lamento ele não ter dado valor a isso. Aprendi demais sofrendo por ele, e fez eu me tornar quem eu sou hoje!
Posso contar uma coisa? Hoje ele namora aquela garota. E adivinha? Ainda dá mole pra mim!
Sinto muito querido idiota, não sou do tipo piranha que você costuma a lidar!

(Depoisdosquinze.com)

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